domingo, 5 de março de 2017

Párvulo Imune!


Almejando o bruto inocente,
Tento desvirtuar seus costumes,
Faço sutis propostas indecentes,
Mas é um párvulo imune.

É tão criança de si mesmo,
Faz – me sentir cruel,
Um ser humano grotesco,
Indigno do céu.


Céu seria você desabrochar,
Entender que o amanhã pode ser promessa vã,
E você ao me encontrar,
Mostrar que não sou esse ser Leviatã.

Se me mostrares o seu oceano de desejos,
As vontades ainda encobertas,
Anelos em profundezas sucumbidos,
Esse teu mistério que aspirações em mim desperta.

Até os meus despojos serão seus,
Prometo entregar toda a racionalidade que há em mim,
Antecipo que meus sentimentos são réus,
Mataram a paixão e ao amor deram fim.






Jéssica Medeiros

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